O desafio da Gestão
Publica nos Processos de Inovação na Gestão de Pessoas e Reforma administrativa
Uma Reflexão
Considerável aos dias atuais
Empregados
ou parceiros?
Funcionários
ou colaboradores?
Retornos
por salários ou por comprometimento na realização de sonhos em conjunto?
POR :Adriana Maria dos Santos
Uma
Reflexão Considerável aos dias atuais
Empregados ou parceiros?
Funcionários ou colaboradores
Retornos por salários ou por comprometimento na realização de sonhos em
conjunto?
Resumo
Nota-se que a cultura de trabalho no serviço público esta ligada, mesmo que de forma indireta, mais à política partidária que a gestão de pessoas. A resistência dos servidores em somar forças à administração é contraria como forma de protesto silencioso, essa postura do colaborador em nada ajuda para que novos posicionamentos administrativos sejam tomados, já que a cultura ou inovação na gestão de pessoas ainda não é um processo que se encontra implantado em muitas empresas e principalmente no serviço publico. Por outro lado muitos funcionários competentes deixam de ser bem aproveitados por não haver um elo direto entre administração e colaboradores por um departamento reconhecido e aceito por ambos os lados. O assunto é complexo, pois envolve liderança e direito de deliberar.
Palavras chaves: Administração, Colaboradores, Cultura.
Introdução
Este artigo aborda um dos pontos mais complexos da administração publica. A dificuldade para implantação de inovação dentro do serviço publico, devida falta de técnicas adequadas e próprias para o serviço publico e com clareza especifica tanto para a administração quanto para os colaboradores propiciado pela cultura que envolve o sistema.
A necessidade de entender e aceitar que para maior chance de projetos e planejamentos darem certo é de fundamental importância a aceitação dos colaboradores envolvidos no processo, conseguindo envolve-los de forma com que comprem a idéia que esta sendo apresentada e que independente da ideologia política que os acompanhe estejam conscientes que ganharão em benefícios e realizações quando conseguirem trabalhar aceitando que o mais vantajoso é o seguir em frente com forças somadas e que a mudança que acontece a cada quatro anos deve ser motivo de fôlego novo, de estimulo e motivação. Que como em um casamento o comodismo e a rotina destroem a relação, assim também acontece em uma empresa quando a inovação, funcionabilidade e produtividade contínua não estão presentes.
No serviço publico este momento tem gerado um entrave. Colaboradores concursados, contratados, comissionados e em alguns casos a própria administração tendem então a não ter o engajamento necessário para uma produtividade crescente, que conte com a gestão de pessoas colaboradoras e não apenas como recursos utilizados. A interferência devida cultura ou o posicionamento político partidária é de grande relevância nesse contexto.
Nos últimos anos tem crescido muito as discussões sobre as administrações publicas. O porquê da não assertividade dentro dessas maquinas que com tantos recursos não conseguem realizar com excelência o que de fato é de real necessidade para seus clientes, o povo.
Se esta característica tem sido freqüentemente apontada, abordada nas mais diversas localidade e regiões, falando-se tanto dela, sobre ela, e ainda assim com tão pouco material teórico e pratico aplicado com sucesso referente a esta categoria.
Como é percebida de fato dentro dessas administrações tal inovação? Será que em se tratando de administração pública não deveriam ser elas as primeiras a administrar no modelo de gestão de pessoas, já que seus colaboradores fazem parte da população, e que esta é a maior fatia da clientela deste serviço?
Para que isso ocorra um dos primeiros passos não seria a gestão de pessoas através dos servidores ou colaboradores, para que entendido e implantado de fato esse processo dentro da casa em questão, a administração publica viesse a conseguir formalizar, envolver e realizar o necessário e de fato esperado para conquista ou quebra de resistência do servidor, gerando maior produtividade no serviço publico?
O desafio da inovação e a participação dos colaboradores
Muitas são as
preocupações de uma administração publica municipal. A necessidade de captação
de recursos, ajustes entre planejamento, administração, carência do município,
aspirações do prefeito, vontade do povo e real necessidade da população e do
município.
A partir da
ultima década, vem se procurando trazer para a administração publica brasileira
a idéia de revolução gerencial, que ocorreu na administração de empresas por
meio de novas tendências nos processos de decisão e trabalho, do controle de
resultados em lugar do controle de processos e da ênfase na qualidade e
eficiência dos serviços prestados. Esta concepção, parte do principio de que os
servidores públicos teriam que possuir algumas características, tais como:
competência para se alto - gerir, autonomia, iniciativa, responsabilidade e
comprometimento com o serviço público.
O gerencialismo
na administração pública pressuporia a substituição das praticas
particularistas por outras combinadas que juntas alcançassem eficiência e
eficácia.
Em
uma situação ideal, teríamos colaboradores motivados; fora do comodismo,
responsáveis e cidadãos conscientes em relação aos custos dos serviços e aos seus
verdadeiros direitos a partir de cumprido seus deveres, por outro lado a
administração, voltada para o desempenho do profissional com foco em suas
competências seria um facilitador para essa mudança de postura do servidor.
Tal processo
amenizaria os conflitos políticos administrativos existentes no serviço publico.
Cada colaborador passa a ter responsabilidade sobre sua rotina de trabalho de
maneira que ele mesmo tenha que gerir suas funções de forma eficiente e eficaz
o que geraria uma maior produtividade, já que o próprio colaborador teria que
manter em sua rotina de trabalho atitudes que justificassem sua estadia naquele
cargo ou função.
É
de conhecimento de todos que dentro de uma empresa privada quando se dá a troca
ou demissão de um funcionário isso se aplica devido sua capacitação e desempenho
incompatível com a função ocupada, ou ainda pela necessidade de minimizar os
custos da folha de pagamento devido algum tipo de crise enfrentada pela empresa.
Já
no serviço publico, geralmente não é a essa visão que se tem. Comum a maior
parte dos envolvidos é nomear e caracterizar esse mesmo fato como perseguição
política.
Deve-se neste
caso recordar que para toda regra existe uma exceção e que em alguns momentos
isso pode com certeza até ocorrer, porém é valido lembrar que em qualquer
instituição só podemos avaliar qual a extensão e influencia de determinado fato
para a organização e colaboradores a partir da avaliação do comportamento
organizacional dos que estão envolvidos na atual conjuntura.
As partes
envolvidas devem estar orientadas, conscientizadas, receptivas e abertas a perceber
de maneira ampla à questão, isso é essencial, já que a percepção diferenciada de
cada um dos lados deflagra ações contrarias as esperadas.
Nesse sentido o
colaborador barra a sua própria capacidade de produção, ainda que de forma
inconsciente ele mesmo se boicota. Começa a ser mais importante resolver um
problema pessoal que um profissional a partir do momento em que sua ideologia
política não esta de acordo com a de quem administra o sistema.
É esquecida por
eles mesmos a importância dos serviços que prestam e o quanto a morosidade
causada por este fator afeta a vida dos munícipes que dependem destes serviços,
é esquecida também que as criticas feitas por má aplicação do serviço publico,
como costumam falar também reflete o seu baixo desempenho e envolvimento
necessário em suas funções.
A disputa nesse
sentido existe, porém não é declarada. A divisão de forças neste caso é
surpreendente.
Característica comportamental
do colaborador público também é a manutenção de uma fachada que implica em representar
um papel determinado pela aquisição de hábitos pessoais e profissionais em sua
rotina de trabalho que demonstra a falta de interesse no trabalho, ausência de
disposição na realização de tarefas rotineiras, a disposição para mudança das
mesmas quando necessário, a falta de colaboração entre colegas e o negociar
favores com os representantes de poder mais próximo a ele, o que dificulta ao
colaborador e a administração também o reconhecimento profissional deste
colaborador.
Existem aqueles
colaboradores que independente do que esteja ocorrendo ou de quem esteja na
administração, está sempre firme e assumindo postura que o integre a nova
equipe. As mudanças administrativas não o abalam, possui em suas raízes a
conscientização que o diferencial para seu local de trabalho já começa a
acontecer quando seu próprio comportamento está adequado ao cargo e posição que
ocupada.
Esses são
colaboradores que se destacam e fazem diferença em meio a esse sistema, esperando
que implantada uma nova metodologia, esta venha trazer e fazer acontecer à
mudança tão esperada, sonhada e necessária para que ambos os lados possam se
sentir mais produtivos e melhor aproveitados.
Por conta do
processo histórico do serviço público o colaborador parece ainda não ter
consciência que o mundo não gira ao seu redor. Quer ele esteja lidando com o chefe,
um colega, um paciente, nem sempre ele entende que em geral o humor da outra
pessoa nada tem a ver com consigo.
Costuma-se
pensar que a cara emburrada dos outros reflete algo que fez ou não fez, ou seja,
que o mundo gira ao seu redor. Nesse caso afastando-se da verdade. Perde-se também
muito tempo imaginando onde errou.
Empregados ou Parceiros? Funcionários ou
Colaboradores?
Empregado:
Pessoa física que presta serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste, mediante salário.
Parceiro:
Pessoa ou entidade que está em parceria com outra para atingir o
mesmo objetivoobjetivo.
Funcionário:
O que exerce funções de cargo público, aquele que tem emprego
permanente e retribuído.
Colaborador: Pessoa que trabalha com
outra em iguais circunstâncias de iniciativa.
Considera-se no mundo dos negócios que uma boa negociação acontece
quando os lados envolvidos saem satisfeitos, quando isso não ocorre,
provavelmente um deles saiu em desvantagem e também ainda é muito comentado o posicionamento
de um bom profissional e o quanto seus chefes e patrões ficam satisfeitos
quando os lucros chegam através das metas alcançadas.
Os administradores ou empresários devem saber reconhecer e avaliar
a importância destes colaboradores para a empresa e o quanto afetaria a empresa
perder esse profissional para a concorrência.
Já no serviço público o que afeta a
produtividade da empresa não é perder esse colaborador para a concorrência mais
sim o fato de não conseguir conquistar o melhor desempenho deste colaborador
por conta de entraves políticos culturais.
Procurar motivá-los e criar meios para que o estímulo seja
constante é um desafio, porém sempre que ações desse tipo são planejadas e
colocadas em pratica os resultados esperados passam a ser alcançados com mais
eficiência e eficácia o que também pode gerar uma economia maior, já que a mão
de obra interna existente começa a ser mais aproveitada e um menor número de
mão de obra externa se faz necessário.
Nessa condição colaboradora, todos tendem a estar mais satisfeitos,
pois tentam sempre dar o melhor de si para que continuem em conjunto recebendo
e alcançando o que desejam. Com as forças somadas trabalham para conquistar o
objetivo em comum esperado, embora seus sonhos nem sempre estejam na mesma
direção.
Conscientização
dos envolvidos
O ato ou
processo de transformação é complexo.
São necessárias
muitas ações em conjunto para efetivar e implantar um novo método ou técnica
que atenda as necessidades das partes envolvidas e propicie um ambiente de trabalho
mais motivador e desarmado, promovendo assim os retornos e resultados que serão
constatados com tranqüilidade na produtividade e na melhoria da rotina de
trabalho.
É apontada pela
Associação Americana de Psicologia que atende a colaboradores e a organizações,
que quando o quadro de funcionários é tratado como equipe e o ambiente de trabalho
sugere menor “pressão” e passa a existir:
·
Aumento na motivação;
·
Melhoria da saúde física e mental;
·
Maior satisfação no trabalho;
·
Moral mais elevado;
·
As empresas por sua vez ficam com o
ambiente de trabalho mais harmonioso;
·
Melhora a qualidade de vida;
·
Melhora o desempenho e a produtividade;
·
Aprimorar o retorno e a satisfação do
consumidor;
·
Inovação, criatividade e renovação dos
colaboradores acontecem naturalmente;
·
Colaboradores prontos para dar o melhor
de si, atendendo as necessidades da organização;
A
necessidade de planejamento, treinamento, conscientização e acompanhamento do
sistema ou reforma através de reciclagem da mão de obra e mudança de cultura
comportamental do setor público é urgente.
Não se pode
desconsiderar que nesse sentido, administrador e colaborador pecam por falta de
incompatibilidade de cultura o que facilita as diferentes percepções,
principalmente porque Missão, Visão e Valores da empresa não ficam bem
definidos já na contratação do profissional.
A falta desse
conhecimento no serviço público é um dos agravantes para os desencontros entre
os colaboradores e a administração, esse processo deveria ser claro e estar
ligado na rotina de trabalho de todos que resolvem por opção e escolha estar no
serviço público.
Contudo a
dificuldade com o passar do tempo em clarear essas definições favorece a falta
de postura do colaborador em alguns casos e a insatisfação de quem esta na
liderança, sem que eles mesmos saibam reconhecer e argumentar sobre qual a
causa desse problema.
Vale lembrar
ainda que algum dos impasses dentro desse serviço se dá também pela falta de
treinamento adequado aos comissionados, já que nem todos têm facilidade para
trabalhar em equipe e a falta de amadurecimento do mesmo em lidar com algumas
situações pode implicar em alguns aborrecimentos nos relacionamentos internos
de setor.
Apenas quando a
ideologia política for tratada de forma diferente, independente e a parte ao
trabalho, os resultados e o sucesso para o serviço público estarão então se
consolidando em conjunto a de Gestão de Pessoas, já que a política começa em
meio a pessoas e em meio a elas também é concretizada.
Conclusão
Na hora de confrontar a teoria com a prática são evidentes as
dificuldades encontradas.
Enfim, o processo em si no serviço publico, não reconhece a metodologia
da gestão de pessoas, pois precisaria ter em sua administração implantado o método
de recursos humanos estratégico.
A gestão de pessoas dentro do serviço público necessita de projetos e
planejamentos urgentes. São necessárias uma serie de ações pontuais mais que
introduzam posicionamentos e valores de ruptura com a situação atual.
É inevitável que se crie de um setor que tenha como foco a implantação de gestão de pessoas, a coesão e comunicação ampla na gestão dos servidores como parceiros ou colaboradores ao invés de gestão de funcionários empregados.
Na gestão
pública a inovação torna-se praticamente significado de mudança de postura, de
somar ao posicionamento ideológico conscientização comportamental, mais do que
precisamente inovação tecnológica.
Pode-se constatar o aparecimento de uma serie de inovações numa mesma
área de atuação, porém a eficácia e eficiência de sua implantação não ocorrem
na rotina de trabalho por falta dessa integração e conscientização.
Para esta mudança ocorra de fato, além de uma serie de trabalhos internos
em conjunto e o RH estratégico implantado dentro do serviço público, extremamente
relevante é a conscientização no tratamento com os funcionários. Não como
apenas servidores mais como colaboradores, possibilitando assim uma integração
maior entre administração, diretoria e chefias para que de forma conjunta
trabalhem para realizar e alcançar os benefícios necessários para melhor
atender a população.
Deve-se investir também para que o colaborador por sua vez esteja também
consciente que quando ele se doa ao serviço, acrescentando sua melhor qualidade
é também ao povo que ele esta beneficiando, além de possibilitar com este seu
desempenho acréscimo ao seu currículo.
O mesmo ocorre com a administração
e com as chefias, a partir do momento que se entende que trabalhar com
colaboradores é ter um melhor retorno. É necessário lembrar que estes são
pessoas, que pessoas têm idéias, sentimento e que não são meros recursos para
se alcançar o que se quer.
O ideal nesta gestão seria:
·
Mostrar a
ética no trato profissional;
·
Reciclar
constantemente os profissionais;
·
Saber
reconhecer a capacidade de empreender de alguns colaboradores;
·
Mostrar que é
possível negociar quando se apresenta resultados;
·
Valorizar os
trabalhos em equipes;
·
Trabalhar com
um plano de comunicação facilitador;
·
Flexibilidade
de relacionamento apresentando e reforçando o valor da liderança da
administração e não o poder que ela representa;
Assim os objetivos estarão mais fáceis de serem alcançados e neste
momento o pequeno grupo deixa de ser visto como grupo e passam a ser uma grande
equipe, trabalhando com o entrosamento desejado dentro do serviço público.
A teia de relações instituída ao longo de sua própria historia enquanto organização, pode ter feito perder a real identidade coletiva o que não permite que se gere administração de pessoas e sim de recursos.
Referencias
-Departamento Ciências
Sociais. Cad. Saúde Pública vol.16 nº3 Rio de janeiro. 2000.
-http://www.rieoei.org/deloslectores/808Martins.PDF
-Pinho, José
Antonio. Inovação na Gestão Publica no Brasil. Artigo
-Sertek, Paulo.
Guindani, Ari. Administração e Planejamento Estratégico. Curitiba, 2008.
-Levine, Stuart
R. Vá direto ao assunto. Sextante, 2009.
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